quinta-feira, 19 de março de 2009
1989 - 1993 — A conquista do mundo
Com o título paulista de 1989 (conquistado com uma vitória de 1 x 0 e um empate sem abertura de contagem diante do São José), o São Paulo fechou os anos 80 como o melhor time da década no Estado. Mesmo tendo perdido mais uma final do Brasileiro naquele ano, para o Vasco, no Morumbi. A humilhante campanha no campeonato estadual do ano seguinte, 1990, condenou a equipe comandada pelo uruguaio Pablo Forlán a disputar a primeira fase de 1991 na segunda divisão. O rebaixamento disfarçado se revelou, depois, uma grande vantagem. Primeiro porque, numa manobra da cartolagem, o São Paulo voltou à primeira divisão no mesmo campeonato - e não no ano seguinte, como costumava ser. Segundo porque o Tricolor não precisou enfrentar Palmeiras, Santos e Corinthians antes da fase semifinal. Só pegou baba, foi à decisão com a vantagem do empate por ter feito melhor campanha e faturou o caneco. Foi o primeiro título sob o comando do grande Telê Santana, que depois acabou se tornando o maior treinador da história do clube.Ex- craque do Fluminense na década de 50 e técnico da Seleção Brasileira nas Copas de 1982 e 1986, Mestre Telê começou mal no São Paulo. Perdeu o título brasileiro de 1990 para o Corinthians, mas, aos poucos, foi arrumando a casa. No primeiro semestre de 1991, em sua terceira final de Campeonato Brasileiro seguida, o São Paulo finalmente conseguiu o título, derrotando o Bragantino. Em dezembro, vingou-se do Corinthians, ganhando o Campeonato Paulista em que começara humilhado, jogando no grupo dos pequenos.O futebol apresentado pelo meia Raí era cada vez melhor. E explodiu de vez durante a Libertadores de 1992, título inédito que o São Paulo de Telê também foi buscar numa dramática decisão por pênaltis contra o Newell's Old Boys, da Argentina. No fim do ano, em Tóquio, a consagração definitiva: campeão mundial interclubes. Venceu, de virada, com dois golaços do meia Raí, o grande Barcelona (Espanha), campeão europeu, que contava com estrelas do quilate do líbero holandês Ronald Koeman, do meia dinamarquês Michael Laudrup e do atacante búlgaro Hristo Stoichkov. Sem falar do técnico Johan Cruyff no banco. De quebra, uma semana depois, mais um Campeonato Paulista, derrotando o Palmeiras na decisão e empurrando o rival para seu 16º ano sem conquistas.Quem achava que 1992 foi o melhor ano do São Paulo em toda a sua história deveria ter esperado 1993 terminar. O Tricolor de Telê, Palhinha e Müller, tinha também no meio-campo um Toninho Cerezo em excelente fase. Nem a falta de Raí, vendido ao Paris Saint-Germain, da França, chegou a atrapalhar. A equipe simplesmente repetiu a façanha do ano anterior. Na Libertadores, venceu o Universidad Católica, do Chile, por 5 x 1 no primeiro jogo, no Morumbi, e pôde se dar ao luxo de perder por 0 x 2 na partida de volta, em Santiago. Trinta anos depois do feito do Santos de Pelé, o São Paulo também se tornava, pela segunda vez consecutiva, o rei da América.No Mundial Interclubes, em Tóquio, no Japão, o Tricolor fez ainda mais bonito. E diante do temido e poderoso Milan, da Itália. Foi um jogaço, bem como a torcida são-paulina já estava acostumada. O Tricolor saiu na frente com Palhinha. Massaro empatou para os italianos. Cerezo pôs de novo o São Paulo na frente e Papin igualou. Mas Müller (sempre ele) fez um gol espírita, de calcanhar, e trouxe a taça para o Morumbi. Era alegria que não acabava mais. Os são-paulinos ficaram extasiados. Isso sem contar as conquistas adicionais de diversos torneios internacionais, como a Supercopa da Libertadores, a Recopa Sul-Americana, os Torneios Ramón de Carranza e Tereza Herrera. Era o ponto mais alto que um time brasileiro já havia atingido.
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